quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Pois saibam, senhores. Escrever ajuda – e muito – a vencer alguns dramas e recalques pessoais. Já dizia T. S. Eliot que “escrever é fugir da emoção”. É claro que quando se escreve sobre si mesmo, sobre situações vividas pessoalmente, a chance de fugir da verdade é muito maior. O escritor afasta completamente a imparcialidade. Isso pode vir da vontade de se enganar e também tentar enganar aos outros sobre o que se está sentindo. Mas reflete também a intenção de escapar das coisas ruins, tentando mostrar que está tudo bem. Vou logo ao ponto, sem recalques, sem desculpas, sem mentiras.
 Tudo que era bom foi embora e só restou angústia. Eu, antes a pessoa mais paciente, vivo em constante aflição. Tudo tem que ser para agora. As soluções têm que ser todas em curto prazo. A angústia que eu antes curava – ou tentava ajudar a curar – agora me dominou completamente.
Quero que essa dor vá embora e escrevo, escrevo porque não posso mais falar. Prometi que não falaria mais e fico arrumando formas de contornar isso. Nem sei se estas ideias jogadas serão lidas, espero que sim. Mas, na verdade, a cada dia menos importa. A tristeza é assim, um dia ela vai embora.
Sou morno, num mundo que não admite o meio-termo. Sou a garota gente boa, que age dentro do que está determinado. Nada mais. Mais uma, qual a diferença? Não sei, mas eu quero mudar. Substituo oficialmente as sessões dipsomaníacas, a partir de hoje, por sessões literárias. Colocar os sentimentos na janela, abrir as idéias para o mundo. Quem quiser, que leia. São todos bem-vindos: recalcados, depressivos e idiotas de todo gênero, desde que sejam boas almas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário